Gerência - Metodologias e Processos

Fundamentos do Gerenciamento de Projetos : Algumas coisas interessantes antes de "colocar a mão da massa". Parte 01

Artigo que trata do Fundamentos do Gerencimanto de Projetos de forma contextual e histórica. O Primeiro de uma série de 03.

por Eduardo Freire



Primeiramente é com grande prazer escrever artigos para esse conceituado portal de TI brasileiro. Essa série de artigos não tem como objetivo esgotar qualquer tipo de conhecimento do assunto, mas apenas dar uma contribuição aos assuntos tratados. Mas vamos ao que interessa.

Um pouco de história

Bem a utilização de GP (Gerenciamento de Projetos) vem desde primórdios da história, ou alguém dúvida que para construir estruturas como as a Muralha da China, o Coliseu e as Pirâmides do Egito foram grandes execução de projetos que se utilizaram metodologias de GP(escorpo, prazo, custo, recursos, etc.), hoje ainda engenheiros questionam como foi possível com as tecnologias da época executar as Pirâmides do Egito.

O começo do Gerenciamento de Projeto Moderno

Confudindo-se com a própria Teoria Geral da Administração (TGA), o GP surgiu nas estruturas do exercito, pois como a modernização dos arsenais inimigos os exércitos estavam sempre trabalhando em novos projetos inovadores e muitos foram responsáveis por muita coisa que utilizamos hoje. Quando fala-se em TGA, obrigatoriamente tem que se falar do seu Pai Frederick Winslow Taylor (1911), que por meio de seus estudos verificou que o trabalho poderia ser melhorado caso suas partes elementares fossem trabalhadas isoladamente. Pois a única forma de aumentar a produtividade da naquela época só podia ser aumentar por meio de jornadas de trabalhos, que chegavam exacerbadas de 18h diárias. Apesar de que hoje muita gente não está muito longe disso, inclusive eu.

Então Henry Gantt (1919), parceiro de Taylor, estudou a ordem das operações, que muitas vezes eram executadas sem nenhum sincronismo ou ligação. Simplesmente tinham sido divididas ou tratadas de forma isolada. Tais estudos resultaram numa ferramenta fundamental para quem trabalha como GP, os famosos gráficos de Gantt, onde por meio de barras horizontais representavam a seqüência e a duração das tarefas. Que 100 anos depois mudou muito pouco.

Na Guerra Fria, no final de década 1950, nos Estados Unidos houve uma grande demanda por um novo tipo de gerenciamento de projetos e o desenvolvimento de ferramentas específicas para seu planejamento e controle. De um esforço para lidar com cerca de 9 mil fornecedores e um cronograma de 70 mil tarefas estabelecidas como o objetivo de construir um míssil nuclear Polaris, foi determinante no desenvolvimento do Program Evaluation and Review Technique (PERT). Em 1956 surgiu o CPM - Crítical Path Method - CPM, desenvolvido na empresa norte-americana DuPont de Nemoirs. Por exigir muitos cálculos foi aperfeiçoado em 1957 com a assistência da empresa Remington Rand e aplicado no computador UNIVAC I como primeiro software comercial de gerenciamento de projetos (O Avó do MS Project). O método CPM introduziu um novo conceito na gerência de projetos, o Caminho Crítico como aquele que merece mais atenção porque cada atraso de uma tarefa neste caminho leva a um atraso do fim do projeto.

Paralelo a isso o "Guru" Peter Drucker (1954) populariza entre as grandes corporações o termo gerenciamento por objetivos, esse conceito influenciou de forma significativa a formulação da teoria de gerenciamento de projetos. Mas foi Gaddis (1959) que cita o termo gerente de projetos pela primeira vez, como significado que conhecemos atualmente.

Com toda essa produção efervescente de conhecimentos em GP, o Departamento de Defesa Americano publica o Cost/Schudule Control Systems Criteria (C/SCSC), que era composto por 35 padrões de gestão e controle de projetos. Certamente esse padrão influenciou bastante a formulação de boas práticas de GP que surgiram posteriormente.

Depois de um uso intensivo no ambiente militar, essas tecnologias/técnicas foi sendo incorporadas nas empresas como:
  • A reengenharia
  • A globalização
  • Automatização de processos
  • Popularização dos computadores
  • Internet
O núcleo do gerenciamento de projetos foi sempre uma combinação do trabalho de diferentes recursos (pessoas, materiais, etc..) para execução de tarefas que seriam úteis para clientes e/ou organizações. Mesmo em setores como Tecnologia da Informação que utilizar-se desses conceitos a bastante tempo, tem como regra, e não como exceção, o atraso e estouro de orçamentos! Ou isso nunca aconteceu como algum de vocês?

Mas veremos que gerenciamento de projetos também é aprender com os erros, não só os nossos, mas principalmente dos outros (Não corremos riscos, nem custos). Mas eu nunca vi uma citação simples e completa, como a clássica: "Os seres humanos, que são quase únicos (entre os animais) em sua habilidade de aprender a partir da experiência dos outros, também são notáveis pela sua aparente tendência a não executá-la".

Conclusão

Com isso podermos observar que a humanidade tem o certo know-how em GP. Hoje parece tudo muito obvio isso quando lemos ou quando começamos a estudar, mas por incrível que parece poucas empresas utilizam-se disso, principalmente no Brasil. Esperem não comecem a pensar que estou louco não, vemos isso todos os dias nas revistas, jornais, ou no fracassos do projetos do casamento da Maria, que se esqueceu de alugar tendas para sua festa de recepção em pleno período chuvoso cearense ou da Plataforma de petróleo PT-36.

Não quer dizer que saber conceitos ou melhores práticas do PMI/Prince2 ou ser certificado PMP/MCTS ou utilizar ferramentas como oMS-Project não vai lhe ajudar. Agora isso não vai garantir 100% de sucesso do projeto, mas com certeza vai diminuir MUITO o percentual de erro, isso certamente. Como veremos nos próximos artigos.
Eduardo Freire

Eduardo Freire - Blog: http://blog.interface.eti.br
Administrador pela UEVA e Pós em Gestão de Projetos de Investimentos em Saúde FIOCRUZ/ENSP/, cursado MBA em Gerencia de Projetos pela FGV. Professor, Project Manager em TI e Investimentos em Saúde e Consultor em IT Manager. Coordenador de Projetos e TI da Sec. de Saúde de Sobral, membro do programa Microsoft Student Partner (MSP) trabalhando há 08 anos com TI com foco em Web (Tableless, PHP, MySQL, Acessibilidade e Usabilidade) e Small Business Solutions com tecnologias Microsoft. Membro Fundador do Grupo de Usuários OfficeCE.