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Linux - TOR: A Internet sem rastreabilidade

Seus passos na internet podem ser seguidos com diversas ferramentas, assim disponibilizando informações pessoais dos usuários. O SOFTWARE-LIVRE Tor remove informações dos pacotes de dados e cria uma rota alternativa e aleatória para o envio das informações, impedindo o rastreamento e interceptação das informações.

por Alessandro de Oliveira Faria



Introdução (Um pouco de história)

Seus passos na internet podem ser seguidos com diversas ferramentas, assim disponibilizando informações pessoais dos usuários. O SOFTWARE-LIVRE Tor remove informações dos pacotes de dados e cria uma rota alternativa e aleatória para o envio das informações, impedindo o rastreamento e interceptação das informações. Com isso, é possível proteger o conteúdo de e-mails, textos de softwares de mensagens instantâneas, IRC e outros aplicativos que usam o protocolo TCP. Porém, o produto se restringe ao envio de dados. Para navegar por sites anonimamente, é necessário adotá-lo em conjunto com softwares como o proxy gratuito de web Privoxy (www.privoxy.org), para bloquear o envio de informações de seu browser.

O mundo digital tem produzido alianças curiosas, como a que colocou pela primeira vez no mesmo lado da mesa dois centros militares de pesquisas, integrantes do poderoso aparato de defesa dos Estados Unidos e uma das entidades mais atuantes na defesa dos direitos civis. O objetivo dessa aparentemente estranha parceria é estimular a criação da internet invisível, uma área onde qualquer pessoa ou empresa possa navegar em segurança e total anonimato.

Uma versão beta do projeto, batizado como Tor, já está disponível para teste no endereço:


O programa foi desenvolvido pelo Laboratório Central da Marinha para Segurança de Computadores, com a ajuda da Darpa (www.darpa.mil), a agência criada no auge da guerra fria com o objetivo de transformar os Estados Unidos em uma superpotência tecnológica. Para quem não se lembra, foi a Darpa (na época sem o D) quem coordenou os estudos para a construção de uma rede descentralizada de computadores, capaz de resistir a qualquer ataque localizado. Foi assim que nasceu a Arpanet, o embrião do que hoje chamamos internet.

O Tor andava meio esquecido, até que a Electronic Frontier Foundation, uma entidade civil que se destaca pelo vigor com que combate nos tribunais os abusos governamentais contra os direitos individuais, decidiu apoiar politicamente o projeto e contribuir financeiramente para que ele cresça, fique forte e consiga deixar cada vez mais gente invisível. A decisão é polêmica, até porque o projeto também é polêmico.

O Tor mantém o usuário livre de bisbilhoteiros, inclusive os do FBI e os da CIA, e impede (ou dificulta bastante) qualquer tipo de rastreamento. Na prática significa um salvo conduto ou até mesmo um habeas corpus preventivo, como preferem os juristas. A EFF justifica o apoio como forma de dar ao usuário condições tecnológicas (e legais) de garantir sua privacidade no ciberespaço.

E é exatamente isso que o Tor oferece. Em vez de seguir uma rota direta entre origem e destino, toda a informação transmitida por ele segue um caminho randômico, que se altera permanentemente, através de diversos servidores voluntários que cobrem a rota. Fica difícil para qualquer sistema saber quem você é, onde você está ou de onde veio, embora seja possível saber o que você está levando consigo.

Mesmo que alguém consiga interceptar o pacote de dados, o anonimato de quem o enviou estará garantido, pois cada servidor que atua na cadeia, recebe a "encomenda" e se encarrega de passá-la adiante, registrando apenas a máquina imediatamente anterior (quem entregou) e a máquina imediatamente posterior (para quem entregou), como elos de uma corrente não linear. Cada etapa é criptografada e novos trajetos são criados a cada instante sempre com o objetivo de impedir que a cadeia seja exposta.

Os advogados da EFF argumentam que a forma como o sistema foi projetado inviabiliza não só o rastreamento como também acaba com os relatório de tráfego, uma forma de vigilância que rouba a privacidade das pessoas e expõe de forma ilegal atividades ou relacionamentos confidenciais.

Análises de tráfegos são frequentemente usadas por empresas, governos e indivíduos para bisbilhotar, seja por quais motivos, o caminho trilhado por um determinado usuário na web, apontando com precisão de onde vieram para onde foram e o que fizeram durante o período em que permaneceram conectados. Várias empresas usam estas informações para construir perfis, que são revendidos sem o conhecimento ou consentimento do usuário.

Um laboratório farmacêutico, por exemplo, pode se valer de tais relatórios para monitorar um concorrente qualquer. Como? Bastar analisar detalhadamente a navegação na internet de funcionários e técnicos de uma empresa específica para antecipar passos importantíssimos na fabricação de um determinado medicamento. É a velha história (mais real do que possa parecer à primeira vista) do diga-me por onde navegas, que eu saberei no mínimo o que estás procurando.

O problema é que anonimato interessa tanto aos adolescentes chineses no escurinho de cibercafés quanto aos pedófilos que infestam a internet. E como o Tor é uma tecnologia aberta - o código está disponível para toda e qualquer implementação e desenvolvimento - é razoável imaginar que a tecnologia logo acabará servindo às conveniências ou interesses de cada um, incluindo, é claro, os milionários e abomináveis distribuidores de spams... Os defensores do Tor estão cientes dos riscos, mas acreditam que uma coisa não tem nada a ver com a outra - e talvez não tenha mesmo.

A EFF garante que o software em si não contraria as leis americanas, mas reconhece que "toda e qualquer nova tecnologia gera uma certa incerteza legal" e que com o novo software não será diferente. Para evitar problemas, os advogados recomendam que o programa não seja utilizado para atividades criminosas e que os usuários jamais mantenham na mesma máquina a posse ou guarda de "materiais potencialmente ilegais". Vale muito como recomendação legal, mas muito pouco como garantia de noites tranqüilas daqui para a frente.

Fonte do resumo:

Download e instalação

Os usuários de software proprietário podem efetuar a instalação a partir deste link:


Já os usuários JEDIS dotados de liberdade, podem utilizar a força e seguir este artigo para efetuar a instalação a partir dos fontes.

O download do pacote deve ser feito em:
Neste link encontraremos versão do Tor para diversas plataformas e distribuições Linux.

Este artigo contempla as instruções de instalação a partir do código fonte. Antes de iniciar a instalação do pacote Tor, devemos resolver as dependências instalando a biblioteca libevent (biblioteca de notificação de eventos utilizada pelo pacote Tor) que encontraremos em:
O pacote Web Proxy Privoxy (procure no cd de sua distribuição ou em www.privoxy.org) também é requerido para funcionamento do Tor.

Efetue o download da ultima versão da biblioteca libevent em:

http://www.monkey.org/~provos/libevent-1.1a.tar.gz

Descompacte o pacote com o comando tar, use o comando ./configure, make e make install como no exemplo abaixo:

$ tar -zxvf libevent-1.1a.tar.gz

Entre na pasta libevent-1.1a e execute:

$ cd libevent-1.1a/
$ ./configure


Para iniciar a compilação da biblioteca use o comando make:

$ make

Agora use o make install (como super-usuário) para instalar a biblioteca libevent:

$ su
# make install


Com a biblioteca libevent, vamos partir para a compilação e instalação do Tor. Em primeiro lugar descompacte o pacote:

$ tar -zxvf tor-0.1.1.7-alpha.tar.gz

Entre na pasta criada pelo comando tar:

$ cd tor-0.1.1.7-alpha

Execute o comando ./configure como no exemplo abaixo:

$ ./configure

Compile o pacote com o comando make:

$ make

Instale o Tor com o comando make install (como super-usuário):

$ su
# make install


Nesta etapa os pacotes libevent e o Tor estão instalados, não esqueça de instalar o pacote Privoxy. Não entrarei em detalhes com relação a instalação deste pacote pelo simples motivo de ter encontrado o Privoxy nos CDs da minha distribuição. No próximo capítulo iremos configurar o Tor e o Privoxy.

ATENÇÃO: O pacote Privoxy pode ser encontrado para quase todas plataformas em: Configuração e execução do TOR

Alessandro de Oliveira Faria

Alessandro de Oliveira Faria - Sócio-proprietário da empresa NETi TECNOLOGIA fundada em Junho de 1996 (http://www.netitec.com.br), empresa especializada em desenvolvimento de software e soluções biométricas, Consultor Biométrico na tecnologia de reconhecimento facial, atuando na área de tecnologia desde 1986 assim propiciando ao mercado soluções em software nas mais diversas linguagens e plataforma, levando o Linux a sério desde 1998 com desenvolvimento de soluções open-source, membro colaborador da comunidade Viva O Linux, mantenedor da biblioteca open-source de vídeo captura entre outros projetos.