Desenvolvimento - Java

Desenvolvimento Java em Projetos Offshore

Uma das ondas do mercado de IT tem sido a prática de projetos offshore, principalmente nas grandes organizações corporativas. Java tem sido uma das tecnologias mais usadas nesses projetos.

por Eric C M Oliveira



Uma das ondas do mercado de IT tem sido a prática de projetos offshore, principalmente nas grandes organizações corporativas. Nessa onda, países do dito Primeiro Mundo unem serviços com nações como Brasil, Mexico, China e India. Java tem sido uma das tecnologias mais usadas nesses projetos. Em termos de Brasil, experiências têm mostrado que é possível vender serviços brasileiros em IT de nível internacional, mesmo que a imensa maioria das placas apontam hoje para os "gigantes" Índia e China.

O termo offshore varia de acordo com o mercado a ser tratado, como na indústria de combustíveis, ou no mercado financeiro. Em termos de IT, offshore é uma forma de terceirização para a realização de negócios em outros países. As empresas "fornecedoras" de serviço offshore são companhias que oferecem a possibilidade de terceirização de serviços de TI com mão-de-obra de fora do país de origem da empresa contratante

As primeiras propostas de projetos offhsore vieram dos Estados Unidos, que queriam contornar o problema do custo da mão-de-obra especializada, com a idéia de contratar serviços de qualidade, com custos mais baixos. Os primeiros serviços a serem "terceirizados" estavam ligados a webdesign, callcenters e help desk. A India foi a principal opção norte-americana e logo se iniciou também o suporte a applicações Mainframe.

O offshore no mercado de IT ficou mais forte nos últimos anos e ganhou novos adeptos. Além da Índia, os alvos principais são Rússia, China, Irlanda, República Checa, Argentina, México e Brasil. Houve também o aparecimento do chamado "Offshore Indoor", na qual a prestação de serviços é feita por outras unidades da companhia, localizadas em outros paises.

Quando analisamos o Brasil no mapa dos projetos offshore, podemos notar que nossas empresas têm experiência, preços competitivos e qualidade técnica. Entretanto nem aparecemos ainda no mapa das exportações. Numeros comparativos entre Brasil e India, o fornecedor dominate do mercado, mostram um abismo. Em 2005, por exemplo, a India movimentou 12,2 bilhões de dólares em exportação de serviços de IT. O Brasil ficou entre 300 e 400 milhões, já que nem os números conseguem ser precisos. Ainda se espera pelos números de 2006.

Mesmo assim, a marca "Brasil" no offshore vem crescendo graças a um grande esforço por parte das empresas. São exemplos desses esforços a adoção de certificações e processos como CMMi, RUP, entre outras, a criação de centros de offshore no Rio, S.Paulo, inauguração de novos polos de produção de software em Blumenau e Florianópolis, areas de AMS (Application Management Services) voltadas exclusivamente ao off-shore, assim como portais especializados.

A maioria das empresas que busca por projetos offshore são instituições financeiras, montadoras, ligadas a área de telecom e logistica, além das grandes multinacionais / "transnacionais", responsáveis diretamente pelo offshore indoor. Os projetos tem norteado áreas como desenvolvimento de software, application support, infraestrutura e HelpDesk. O principal mercado é o norte-americano, de onde também chegam muitas críticas, pois segundo esses críticos, a curto prazo, profissionais daquele país estão ficando sem emprego, e a longo prazo, essa "onda" fará com que os Estados Unidos percam gradativamente a liderança do mercado tecnológico, uma vez que oportunidades de trabalho e aprendizado estão sendo oferecidas para países emergentes.

Tecnologia - JAVA

Em termos de tecnologia, Java esta entre as mais utilizadas e requistadas. O pacote ainda tem mainframe (Cobol, CIC, PL1, DB2, Adabas e Natural), .NET e Tecnologias Microsoft e C++. Na plataforma Java em si, podemos notar que empresas sediadas nos EUA usam fortemente IBM Webshere ou Sun. Já na Europa, a aposta é no open source.

Basicamente, a maioria dos projetos Java engloba as seguintes "facetas":

  • Java 1.4 (JSE), com bom numero ainda de aplicações com Java1.3 e já alguns projetos usando verdadeiramente os recursos do Java5.
  • JEE
  • Struts
  • XML
  • Hibernate
  • JME para mobile phones e PDAs
  • Applets
  • Java Advanced Imaging (JAI) e Java Media Framework (JMF)

A complexidade dos projetos varia bastante. É possivel identificar aplicações JSE Desktop 1.3 utilizando Swing e AWT, por exemplo, ou modernos projetos mesclando JME e Portlets para leitura de código de barras. Ou então modernos servidores WAS6 rodando aplicações Java com uso apenas de JSPs, com IDE padrão sendo o novissimo RAD da IBM.

Em termos de mercado de trabalho, os requistos pedem experiência qualitativa em Java, JEE, Struts, frameworks diversos, além de um conhecimento amplo em diversas IDEs, como Eclipse, NetBeans ou WSAD, e plataformas, como Webshere, Jboss e Tomcat. Como na imensa maioria dos casos o profissional terá contato direto com responsáveis técnicos de outros países, conhecimento em uma lingua estrangeira é um ponto crucial. E não estamos tratando somente do inglês, mas também de alemão, espanhol e japonês. São fatores importantes também a capacidade de documentação e de qualidade de código. Além disso, vale lembrar dos sempre importantes pontos relativos: a graduação / pós-graduação / certificações.

O desenvolvedor Java brasileiro já tem fama no exterior, fruto das ótimas participações e prêmios no JavaOne e da participação em projetos OpenSource. Além disso, segundo a propria Sun, temos o maior número de JUGs (Grupo de Usuários Java) ligados ao site java.dev.net no mundo, totalizando um total de 41, dados de fins de 2006. O número torna-se expressivo quando comparamos com os nossos concorrentes no mercado offshore: Mexico 1, Republica Checa 1, China 4 e India 7.

Os principais sites de empregos têm disponibilizado um número crescente de vagas para projetos internacionais. Mas segundo especialistas e lideranças de empresas especializadas, o mercado tem um déficit de profissionais, gerando desequilíbrio entre oferta e procura de profissionais Java.

Vale ressaltar que em "Referências", logo abaixo, há uma série de links que entram em mais detalhes em relação a projetos offshore.

Referências:

Eric C M Oliveira

Eric C M Oliveira - Bacharel em Ciencia da Computação/FASP e Comunicação/Unesp, tem experiência em desenvolvimento Java nas plataformas J2SE, J2EE e J2ME, além de atividades ligadas a disciplina de testes, engenharia e qualidade de software. Tem certificações Java SCJP 1.3, SCJP 1.4, Rational Test Management, Rational Robot e RUP (Rational Unified Process).