Infra - Virtualização

O que o futuro reserva para Virtualização Microsoft?

O lançamento da 2° geração de hypervisor da Microsoft, juntamente com os demais serviços que oferecem suporte ao mesmo, elevou o nível de competição entre os grandes fornecedores de virtualização.

por Fabio Hara



O lançamento da 2° geração de hypervisor da Microsoft, juntamente com os demais serviços que oferecem suporte ao mesmo, elevou o nível de competição entre os grandes fornecedores de virtualização. Não há mais soluções amadoras neste mercado, e cada vez mais os produtos adicionam novas funcionalidades, recursos, etc. Juntamente com a competição acirrada ocorre outro fenômeno, que é a redução de preços. A grande tendência é que cada vez mais o hypervisor seja mais barato e , em alguns casos, fornecido gratuitamente. Será mesmo verdade? Quem viveu a época do DOS 6.x e Windows 3.x deve se lembrar que o módulo de TCP/IP era vendido separadamente, assim como o navegador de internet. A competição traz alguns benefícios, e a virtualização hoje em dia não é mais tendência: é algo certo, definitivo. A pressão por TI verde, redução de custos com aquisição de novos servidores, etc forçou a este patamar. Mesmo as pequenas empresas possuem planos futuros ou já tem uma infraestrutura virtualizada. Uma curiosidade: qual a edição do Windows Server 2008  é a mais vendida? Resposta: Enterprise, pois com ela é possivel virtualizar 4 maquinas virtuais pela mesma licença. E mesmo as pequenas empresas tambem estão comprando o Enterprise.

Além da questão custo ser um fator importante no futuro dos hypervisors, devemos pensar no seguinte: Ok, já estou virtualizando meus servidores ou estou no planejamento para implantar em 1 ano. E o que eu farei depois?

Para responder esta questão vamos fazer uma pequena (e bem resumida) linha do tempo:

· Anos 80

o A ordem era separar cada serviço de rede (DHCP, DNS, WINS, etc) por servidor.

o Começa a queda dos Mainframes, e o poder passa para os desktops

· Anos 90

o A internet começa a definir como será a tendência para as aplicações e serviços futuros

· 2000 a 2005

o Surge o primeiro servidor de virtualização com a marca Microsoft (Virtual Server 2005) e o software de virtualização para desktop (Microsoft Virtual PC)

o Baixa escalabilidade para maquinas virtuais. Virtualização ainda não é visto como estavel , seguro e confiavel.

· 2006 a 2008

o O Hyper-V muda o cenário, e mostra que a Microsoft não vai entrar a toa neste mercado

o O System Center Virtual Machine Manager surge para gerenciar ambientes de virtualização Microsoft e Vmware.

o O System Center Operations Manager permite integrar com o SCVMM, permitindo cenários de TI dinâmica

o O System Center Data Protection Manager permite proteger as maquinas virtuais e seus dados.

o Começa a onda de suporte aos produtos de servidor da Microsoft em ambientes virtualizados

o Distribuições Linux passam a ter suporte em ambientes com Hyper-V

· 2009

o O Hyper-V R2 aumenta mais ainda as capacidades de performance, confiabilidade e segurança. A grande resposta vem com um pedido dos clientes de VMWare: Live Migration

O segredo da virtualização não esta mais apenas no hypervisor, mas sim no gerenciamento. Não adianta nada possuir uma grande infraestrutura virtualizada sem um gerenciamento eficiente. O grande aliado do Hyper-V já permitia desde a sua primeira versão (2007) a capacidade de criar perfis de hardware de maquinas virtuais , baseados nos criterios estabelecidos pelo cliente. Em outras palavras, significa que pelo System Center Virtual Machine Manager (SCVMM) é possível por exemplo que um desenvolvedor acesse um portal Web e escolha um servidor de banco de dados para teste. Ao escolher a opção , automaticamente o  System Center Virtual Machine Manager (SCVMM) provisiona uma maquina virtual e, em poucos minutos, ela está pronta para ser usada. Sem intervenção de um administrador de rede, sem a necessidade de colocar o DVD no servidor e instalar manualmente, sem ter que colocar o CD-key. Nada.

Um conceito que a Microsoft vem oferecendo é o de TI Dinâmica. Significa ter uma TI como agente de negócios da empresa, que traz benefícios a ela, e não mais um simples custo.

Antes de abordar um exemplo é importante explicar alguns produtos envolvidos na solução:

- System Center Virtual Machine Manager: permite gerenciar os servidores de virtualização Microsoft e Vmware, além das maquinas virtuais

- System Center Operations Manager: permite monitorar aplicações e serviços e executar ações baseado em thresholds e métricas definidas

- System Center Configuration Manager: o produto é capaz de fazer inventário de hardware e software do ambiente e configurações remotas nos mesmos (desde instalação até configuração)

- System Center Data Protection Manager: esta é a ferramenta de proteção de dados da Microsoft. Permite fazer backup de Sharepoint, Exchange, SQL, Servidores de arquivo e agora servidores de virtualização Microsoft

Este exemplo é bem interessante e uma realidade: imagine que sua empresa é uma companhia aérea e você vende passagens pela Web. Seu concorrente colocou nesta semana uma promoção fantástica, e seu diretor quer oferecer mais desconto pelo web site do que o seu concorrente. Parece simples, porém se você oferecer um desconto excepcional pelo site, com certeza será bombardeado com muitos acessos, tornando até mesmo indisponível sua aplicação. Isto significa perda de reputação e um efeito pior do que o esperado. Agora imagine a mesma situação, com outro cenário. Após colocar a promoção, seus web servers virtualizados perceberam que a carga que estava distribuída em 5 servidores começa a degradar. Baseado em uma regra que você mesmo estabeleceu no System Center Operations Manager 2007 (SCOM),  automaticamente o SCOM dispara um processo para o SCVMM, iniciando a criação de mais 2 maquinas virtuais web. A pos as mesmas estarem no ar, o System Center Operations Manager (SCOM) recebe um comando do SCOM para instalar o web site neste novos servidores, e configurar para que trabalhem em balanceamento de carga em conjunto com os atuais 5 servidores. Pronto. Agora sua aplicação web de venda de passagens passa a aguentar a nova carga devido a promoção lançada. Depois de 4 horas após a promoção vencer e a carga diminuir drasticamente, o SCOM envia um comando para o System Center Configuration Manager (SCCM) remover os 2 novos servidores do balanceamento de carga e o SCVMM em seguida desativar os novos web servers. Tudo isso ocorreu em regras estabelecidas previamente e sem a necessidade de intervenção manual. Parece sonho? Não, felizmente. Hoje é possivel sim.

Uma vez que este patamar de gerenciamento de ambientes virtualizados é real e plausível, fica mais facil vislumbrar o futuro. Uma das tendencias futuras é a computação nas nuvens, ou Cloud Computing. A ideia é muito proxima do co-location, ou alocar seus servidores em datacenters. Porem no caso de Cloud Computing você esta movendo suas aplicações para este “datacenter” , que pode estar distribuído em varios lugares no mundo. Porém o assunto sobre Cloud computing é estenso e complexo para ser abordado neste artigo, e farei isto em outra oportunidade. Mesmo assim vale a pena saber mais sobre o que é e como funciona.

O próximo patamar para virtualização Microsoft provavelmente vai abranger a automatização de aplicações de servidor. Hoje em dia é possivel distribuir aplicativos de desktop de forma a ser executada independente dos arquivos locais e registry do desktop. Isto é chamado de Virtualização de aplicação, e a Microsoft possui um produto chamado MAV (Microsoft Application Virtualization -  antes conhecido como Softgrid). Entretanto o MAV é para aplicações desktop, de usuário, e não para aplicações de servidor. É possivel imaginar que em futuro próximo será possível acessar uma console onde o administrador de rede escolherá quais servidores deseja criar: de correio eletronico, de banco de dados, de aplicações, etc. O processo de instalação dos produtos será cada vez mais automatizado, e a visão que temos hoje em dia sobre o papel da TI nas empresas vai mudar. Se você preciar de um servidor de correio eletronico para atender um escritorio remoto basta acessar a ferramenta de gerenciamento de rede e escolher a opção de criar um servidor e o serviço de correio eletronico. Automatizar o processo de configuração dos aplicativos de servidor e a instalação parecem ser os proximos passos, alem da integração cada vez maior com a virtualização.

Ainda é cedo para afirmar qual será o rumo da virtualização, mas é certo dizer que discutir somente recursos de virtualizador é insuficiente. Os pontos que o Gerente de TI ou arquiteto de infraestrutura devem tomar neste momento é:

· Como gerencio minha infraestrutura virtualizada? Qual o custo para isso?

· Qual o suporte que eu tenho para minhas maquinas virtuais?

· Quais são os recursos que realmente preciso?

· Como funciona a atualização dos meus servidores de virtualização?

· Que hardware é necessário para ter servidores de virtualização?

· Etc, etc , etc...

Para saber mais sobre virtualização, novidades ou dicas acesse meu blog (http://fabiohara.spaces.live.com) ou me siga no Twitter (http://twitter.com/fabiohara) . Até o proximo artigo.

Fabio Hara

Fabio Hara - Um dos primeiros MVPs (Most Valuable Professional) de infra-estrutura do Brasil, além de MCTS, MCITP, MCSA, MCSE, MCITP e MCT, com mais de 14 anos de experiência no mercado de infra-estrutura de redes Microsoft. Atuou em muitos cases da Microsoft e hoje ocupa a posição de Especialista em Infra-estrutura e Virtualização no time do TechNet Brasil. Sua missão é contribuir com os profissionais e comunidades de IT Pros a explorar as funcionalidades e recursos da plataforma Microsoft.

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