Banco de Dados - Oracle

RMAN: Introdução

as funcionalidades e entenda um pouco como funciona o aplicativo RMAN - Recovery Manager, ferramenta auxiliar do banco de dados Oracle para atividades de backup e recover.

por Rodrigo Almeida



Hoje em dia muitas empresas adotam diversas estratégias de backup e recovery para seus bancos de dados. Muitas estratégias realizam somente o backup (cópia), porém, sem garantias que esse backup consiga fazer um restore (restauração) ou recover (recuperação) quando precisar, entrando num dos principais ditados de DBA, "Backup bom é aquele que volta".

Para acabar com esse problema, iremos entrar numa série de artigos sobre o RMAN, ou Recovery Manager, um aplicativo que a própria Oracle fornece na instalação do banco de dados e que pode gerenciar facilmente todas as nossas cópias e recuperações com segurança, fornecendo garantia ao ambiente e facilidade para os DBAs.

RMAN

Conhecido tecnicamente como Recovery Manager, ou gentilmente chamado de RMAN, é um aplicativo fornecido pela própria Oracle Corporation desde a versão sete de seus bancos de dados. O objetivo do aplicativo é gerenciar todos o backup através de repositórios ou catálogos, é um aplicativo por linha de comando muito parecido com o bom amigo SQL*PLUS, também executado sobre diversas plataformas, como Windows, Linux e Unix.

É muito poderoso em recursos, e ao mesmo tempo, fácil e seguro na proteção dos backups. Permite realizar diversos tipos de backups, como backup completo (banco de dados offline), incremental (banco de dados online) e por backupset (Cópia incremental apenas dos blocos alterados), além de recursos com flashback recovery (Recuperação rápida de dados), duplicate auxiliary database (Duplicação do banco de dados para uma máquina local ou remota), recovery block (recuperação apenas do bloco de dados corrompida) e o Tablespace Point-In-Time Recovery (TSPITR), recuperação de um ou mais objetos em uma base auxiliar até um determinado periodo.

O melhor de tudo isso, que o RMAN lhe permite outras funcionalidades, como, garantir a consistência do backup, política de retenção, exclusão de backups obsoletos, listagem completa e sumarizada por backup, personalização de backup para cada banco de dados, criação de scripts automatizados, pacotes e views específicos no banco de dados.

Para conseguir armazenar todas essas configurações e informações sobre um determinado banco de dados, o RMAN pode trabalhar utilizando um repositório ou catálogo para gerenciar, cada um deles pode ser descrito abaixo:

REPOSITÓRIO

O repositório tem a função de armazenar todas as operações de backup e recover sobre um único banco de dados, ou TARGET DATABASE, essas informações são armazenadas dentro do control file do banco de dados, que obtém informações como:
  • Atual SCN (System Change Number) do banco de dados;
  • Archives;
  • Modo de armazenamento;
  • Especificação das tablespaces;
  • Localização dos datafiles;
  • Configuração dos dispositivos de disco ou fita;
  • e etc.
CATÁLOGO

O catalogo reúne todas as informações que um repositório, porém, as informações não se encontram dentro do control file, e sim, em um banco de dados, e o catalogo não armazena informações apenas de um único banco de dados, mas de N. Auxiliando de forma rápido a restauração e recuperação de componentes do banco de dados, como control file, datafiles, objetos e etc. O principal objetivo do catálogo é centralizar todas as informações de todos os banco de dados do ambiente em um único lugar, facilitando a administração.

É normal confundir o conceito de repositório e catálogo, pois ambos são muito parecidos por armazenarem as mesmas informações, para conseguir esclarecer melhor é só pensar da seguinte maneira, um repositório armazena informações de UM ÚNICO banco de dados, a partir dos control files e o catálogo é um conjunto de repositórios, armazenando informações de diversos bancos de dados, geralmente, em um lugar centralizado.

VANTAGENS E DESVANTAGENS

Como os objetivos do repositório e catálogo são quase parecidos, qual seria a melhor maneira de implementar minha estratégia de backup na empresa? Qual usar? Quando usar?

Para cada componente existe uma particularidade que deve ler lido e analisado ao seu ambiente, podemos considerar alguns pontos, como:

Repositório

- Limitado na capacidade de armazenamento de informações de backup, pois sua informação é armazenada de forma reciclada no control file.

- Perda de um control file ou todo, fica completamente impossível realizar qualquer tarefa de recuperação.

- Quando seu ambiente tiver mais que três bancos de dados, sua administração fica complicada, pois as informações ficam concentradas em cada control file.

Catálogos

- Um único catálogo pode gerenciar N bancos de dados na rede, facilitando as operações do RMAN e melhorando a administração.

- Seu armazenamento não é no control file, é em um banco de dados Oracle, assim, sua capacidade de armazenar informações fica ilimitada.

- Possui capacidade de armazenar scripts automatizados, podendo o mesmo script ser utilizado em diversas plataformas.

- Armazena as informações de personalização do RMAN para cada banco de dados.

- Praticidade e segurança na manutenção.

Toda a estratégia de backup deve levar em consideração os componentes citados acima, eles podem influenciar em muitos requisitos como:

- Tempo de recuperação;
- Proteção dos dados;
- Preparações de novo ambientes;

Agora, devemos analisar outro ponto que o RMAN pode melhorar nossas estratégias e administrar os recursos que uma empresa pode oferecer, os dispositivos de armazenamento, qual escolher?

DISPOSITIVOS: Disco vs Fita

Uma das grandes mágicas que o RMAN pode lhe oferece é opção de realizar backup"s em diferentes meios, ou seja, DISCO ou FITA. Porém, muitos profissionais se questionam quando se depara em frente a esse problema, qual é a melhor opção?

A resposta vem com outra pergunta, Qual o seu ambiente?

Conhecer o ambiente (aplicativos e estrutura), recursos de hardware e necessidades dos bancos de dados, são os princípios básicos na elaboração da estratégia de backup da empresa, outro ponto importante é saber qual a melhor opção para armazenar seus dados. Questões importantes devem ser consideradas, como:

- Volumetria;
- Latência;
- Tráfego de rede;
- Tempo de restauração;
- Proteção dos dados;
- Técnicas de backup;
- Capacidade de Armazenamento na máquina;
- Recursos extras (Fitas, HD externos, ZIP Drive e etc);
- Janela para backup (Tempo de execução).

Tudo isso deve ser considerado quando pensarmos em estratégias de backup, Backup feitos em DISCO pode proporcionar ganhos de performance e facilidade em restaurações, mas, pode afetar recursos de armazenamento, pois precisa de muito espaço em disco, e caso o servidor tenha problemas de hardware e justamente o disco de backup foi afetado, diga adeus ao seu backup.

Backup feitos em fita é mais trabalhoso, já durante a instalação, porque o RMAN precisa de um Media Manager para conseguir trabalhar com Fitas. O Media Manager é uma camada entre o dispositivo de fita (Driver) e o RMAN, responsável pela comunicação de escrita e leitura entre eles. Geralmente fabricantes como Veritas, IBM, HP fazem bibliotecas (Library) específicas para esse tipo de serviço com a utilização do RMAN.

Além disso, backup feitos em fitas, pode ter uma taxa de transferência mais baixa que backup em disco, por outro lado, backup de fita pode ser armazenado em outros lugares físicos, deixando mais protegido seus dados e também, com apenas compra de novas fitas, sua capacidade de armazenamento, dependendo da sua latência pode ser ilimitada.

Boas estratégias utilizam uma composição de ambos os recursos, com uso moderado em disco. Sempre pensando no ganho de performance ao ambiente e preocupação com a garantia que esse backup possa ser recuperado e restaurado ao banco de dados em menos tempo possível.

Para concluir, esse artigo apenas comento os conceitos básicos do Recovery Manager e a utilização de recursos com fitas e disco, relatando alguns pontos que podem influenciar a estratégia de backup do seu ambiente. Nos próximos artigos, iremos comentar um ambiente de produção e sua implantação.

Abraços,

Rodrigo Almeida

Rodrigo Almeida