Desenvolvimento - Sistemas

Integração garante patrimônio investido em TI dos bancos

SPB 2, Basíleia II, compartilhamento de redes ATM, mudanças econômicas, entre outros fatores, exigem agilidade e eficácia dos bancos.
Não existe eficácia sem dedicação e integração dos sistemas e das pessoas.

por Carlos Eduardo Kühl Nogueira



Se existem duas palavras em voga no momento no mercado corporativo elas são: competitividade e redução de custos. Não importa de que setor seja o empresário - indústria, comércio ou serviços. Elas ficam rondando seus pensamentos. Em parte a explicação está no fato de que está cada vez mais difícil conquistar o cliente e quando conquistado existe o desafio de mantê-lo. Se a empresa é produtiva, ágil e criativa, seu concorrente também é. Logo é preciso correr atrás do diferencial dia após dia para garantir uma fatia do mercado, seja ela grande, média ou pequena.

Esta é a realidade do mercado como um todo, agora imagine como se sentem os decisores dos principais bancos nacionais, que não medem esforços ou criatividade para oferecer aos seus clientes o melhor em termos de praticidade e comodidade. Um setor no qual novos produtos e serviços nascem todos os dias, voltados para segmentos diferentes, públicos das mais variadas faixas de renda e com necessidades diversas. A concorrência é mais do que acirrada é feroz. A disputa ocorre entre bancos nacionais e internacionais instalados no País.

É um cenário colorido por muitas nuances, absolutamente complicado, no qual são consideradas a eficiência, a agilidade e a capacidade de reinventar-se constantemente. As principais armas dos combatentes são a qualificação profissional e os recursos tecnológicos que garantem a melhor oferta e a conquista do clientes. É por isso que o sistema financeiro é um dos maiores e mais exigentes consumidores da indústria de tecnologia. A tecnologia garante diferenciais e sobrevivência.

Por esta razão e pelos milhares de revezes econômicos atravessados ao longo de nossa história, as instituições nacionais optaram por oferecer amplas redes próprias de agências e de caixas eletrônicos, fazendo questão de difundir os benefícios e as facilidades aos clientes de ter acesso fácil a sua infra-estrutura. Outra opção da maioria dos bancos, por alguns questionada, foi a de investir em aplicações desenvolvidas in house, que lhes garantiu a detenção de tecnologia própria. Porém, é preciso admitir que há muitos anos as equipes de TI do setor tem feito seu trabalho com maestria e temos hoje um dos mais modernos e competitivos sistemas financeiros do mundo.

Com a sofisticação do mercado, porém, surge a necessidade de aperfeiçoar e ampliar constantemente o número de produtos e serviços oferecidos, o que por conseqüência exige a multiplicação do número de soluções criadas e de recursos aplicados. É certo que o Brasil tem hoje um dos setores financeiros mais criativos e eficientes do mundo, mas também é fato que cada banco tem uma verdadeira "colcha de retalhos", que precisa ser administrada e integrada, porque cada vez que o sistema de uma agência bancária cai, reais escoam do balanço do banco.

É preciso que soluções tecnológicas interliguem departamentos e, por conseqüência, auxiliem as pessoas no cumprimento dos objetivos. O desafio é fazer com que diferentes tecnologias, escritas nas mais diversas linguagens e em momentos distintos da evolução tecnológica, conversem e estejam aptas a intercambiar informações com soluções desenvolvidas hoje ou que ainda estão nas cabeças dos desenvolvedores no menor tempo possível, com eficácia e custos reduzidos. Isto especialmente porque a rentabilidade está menor, mais investimentos são necessários em TI e o negócio dos bancos, especialmente de varejo, precisa estar apto a adaptar-se a qualquer mudança de cenário, seja econômico, governamental ou de mercado.

São muitos fatores a serem observados todo o tempo - variações de taxas econômicas, demandas dos setores da sociedade, modificação de diretrizes do Banco Central, exigências para garantir a competitividade internacional - como o Basíleia II, passos da concorrência - como a tendência de compartilhamento de redes ATM´s. Nossa! Aí haverá uma complicação geral. O compartilhamento traz benefícios para os bancos, como otimização de infra-estrutura, escalabilidade de operações e redução de gastos, assim com maior comodidade e facilidade de acesso para os usuários das máquinas. Porém, se ainda não existe integração total dos sistemas bancários internos, como viabilizar rapidamente a integração das redes ATM´s?

Muito simples é preciso começar a lição de casa agora. Existem diversas soluções de integração no mercado que se dizem completas, os bancos precisam testá-las com provas de conceito e agilizar o processo interno. O desenvolvimento interno demoraria muito e causaria danos à competitividade. É preciso vencer preconceitos e conhecer a oferta do mercado de TI. Uma solução de integração que já venha pronta e possa ser adequada aos sistemas do banco tem implementação mais rápida e eficaz. Terminado o trabalho dentro de casa, fica mais fácil e viável analisar e colocar em prática uma estratégia de negócios com aceitação internacional - o compartilhamento da infra-estrutura com terceiros. Afinal, não podemos perder o posto arduamente conquistado de um dos sistemas financeiros mais sofisticados da economia global.

Carlos Eduardo Kühl Nogueira

Carlos Eduardo Kühl Nogueira - Diretor geral da InterSystems no Brasil